Caros Moradores
Mais uma vez aqui estamos para vos elucidar da nossa recente actividade.
Como saberão empenhámos o nosso tempo, nas últimas semanas, na defesa das árvores sãs que ainda resistem no nosso Aldeamento.
Muito sucintamente, os passos mais relevantes foram os seguintes:
- A AMAV pediu à Câmara o abate de pinheiros doentes na Verdizela, fornecendo a sua localização e disponibilizando-se para ajudar a identificar proprietários com árvores doentes nos seus terrenos
- Na 1ª semana de Junho verificámos que uma empresa, contratada pelos serviços da autarquia, procedia ao abate dos referidos pinheiros e principalmente de muitos outros reconhecidamente sãos
- Informámos imediatamente a Câmara através de formulário próprio, disponível no respectivo site, mas não recebemos qualquer resposta
- Ao abrigo da Lei do Ruído conseguimos que a PSP impedisse o abate de pinheiros sem controle dos serviços da Câmara, uma vez que era feriado e antecedia o fim de semana
- Procedemos a diligências junto do Vereador que tinha iniciado o processo, falámos com o Engenheiro responsável pela fiscalização da acção e contactámos Quercus e GNR-Ambiente
- Um Vereador da oposição mostrou interesse no assunto e tomou algumas iniciativas na sua área de competências
- Fomos contactados pela comunicação social, tendo sido relatado o abate abusivo de pinheiros na Lusa e no Correio da Manhã. Os jornais locais deram ainda maior relevo
Importa igualmente dar-vos conta do balanço decorrente da última sessão pública da Câmara, onde estiveram presentes 6 moradores, incluindo 3 membros dos nossos Corpos Gerentes:
1º- Durante 90 minutos foi discutida a questão do abate de pinheiros na Verdizela, sendo referido que foram abatidos 900 pinheiros numa população de 16000 (dados da autarquia)
2º- O tema originou aceso debate político entre os Vereadores, perante o qual nunca manifestaremos a nossa opinião, por óbvias razões estatutárias, sendo certo também que nunca rejeitaremos quaisquer apoios. A nossa presença na sessão pública mostrou preocupação e descontentamento pela forma como o processo foi conduzido pela autarquia
3º- O Vereador Vice-Presidente assumiu que cumpriram a Lei, que “aprendemos com os erros” e que “Belverde vai beneficiar das experiências e erros cometidos na Verdizela”
4º- Finalmente, foi com grande satisfação que ouvimos dizer o seguinte:
· O técnico da Câmara reunir-se-á previamente com a AMAV, sempre que houver novo corte de árvores, para informar e pedir a nossa colaboração no acompanhamento dos cortes
· No final de Novembro irão plantar árvores na Verdizela, em substituição das que foram cortadas
· Outras informações, neste ambito, serão sempre comunicadas à AMAV
Nesta perspectiva, conquistámos o direito de acompanhar intervenções específicas da autarquia nesta área, como é contemplado na Constituição, mas assumimos também responsabilidades a que não nos devemos furtar.
Contudo, iremos igualmente comunicar aos serviços da Câmara, que as áreas onde foram abatidos pinheiros, ao abrigo da legislação que protege a floresta, estão repletas de ramagens e pinhas resultantes dos abates, piorando as condições de propagação de incêndios.
Preocupa-nos, igualmente, a negligência da fiscalização camarária no que diz respeito à manutenção de pinheiros doentes em terrenos privados e ao abate total de pinheiros sãos por particulares, nomeadamente em lotes de 5000m2.
Apelamos aos moradores para canalizarem para a AMAV, ou pelo menos dar-lhe conhecimento, das questões do fôro colectivo que costumam colocar à autarquia. Juntos, poderemos defender melhor os nossos interesses.
Os melhores cumprimentos associativos
Roberto Robles
Presidente da Direcção